Ibama autoriza Chesf a reduzir a vazão do São Francisco para 700 m³/s

Por Redação com Agências 26/09/2016 17h05 - Atualizado em 26/09/2016 20h08
Por Redação com Agências 26/09/2016 17h05 Atualizado em 26/09/2016 20h08
Ibama autoriza Chesf a reduzir a vazão do São Francisco para 700 m³/s
Foto: Divulgação
A vazão do rio São Francisco, a partir do reservatório de Sobradinho (BA), será novamente reduzida. Após vários pedidos apresentados pelo setor elétrico, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiu parecer que autoriza a diminuição do nível atual, de 800 metros cúbicos por segundo (m³/s), para 700 m³/s, "mediante rigoroso controle".

O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (26) pela diretora de Licenciamento do Ibama, Rose Hofmann, durante reunião de monitoramento dos efeitos da vazão reduzida, promovida pela Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília (DF). A medida começará a ser aplicada no dia 10 de outubro.

No encontro, também ficou definido que a vazão no reservatório de Três Marias (MG) passará para 480m³/s, a partir de outubro, e para 280m³/s, em novembro.

Diante das exigências do Ibama quanto à adoção de controles rigorosos dos efeitos da vazão, o superintendente da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique Franklin, explicou que a redução ocorrerá de forma gradual, para 750 m³/s, a partir de 10 de outubro, e para 700 m3/s, uma semana depois, caso não haja grandes alterações na bacia.

O secretário de Recursos Hídricos de Pernambuco, Almir Cirilo, manifestou-se contrário à medida. Considerando o nível do reservatório de Itaparica, o secretário aponta prejuízos para o abastecimento humano. "Não vemos nenhuma vantagem operacional. Isso irá provocar insegurança no tocante à captação de água em vários municípios do Sertão pernambucano", opinou.

Ainda conforme Cirilo, a redução da vazão vai provocar o rebaixamento do reservatório de Itaparica em 1,25 metro, visto que o sistema é interligado. Apesar da medida, a diretora do Ibama, Rose Hofmann, alertou que não fica descartada a utilização do volume morto em Sobradinho para geração de energia. Segundo ela, tudo irá depender dos impactos provocados pela medida.

Contudo, os técnicos da Companhia de Abastecimento de Sergipe (Deso), por sua vez, já relataram dificuldade para abastecimento em comunidades quilombolas daquele estado. Já o presidente da ANA, Vicente Andreu Guillo, argumentou que, quando se tratar de comunidades pequenas, como a relatada pela equipe da Deso, a Defesa Civil disponibilizará meios alternativos de abastecimento, a exemplo do caminhão-pipa. Andreu também sugeriu a realização de reuniões semanais, com o intuito de se avaliar os impactos da vazão reduzida.

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, participou do encontro por meio de videoconferência, no escritório do colegiado em Maceió. Além dele, o membro do colegiado Wagner Soares Costa, e o diretor técnico da agência delegatária do Comitê, a AGB Peixe Vivo, Alberto Simon, também acompanharam o encontro, mas de forma presencial, na ANA.