Promotoria de Justiça participa da reconstituição da morte do capitão Rodrigues

Por Ascom - MP/AL 23/08/2016 10h10 - Atualizado em 23/08/2016 15h03
Por Ascom - MP/AL 23/08/2016 10h10 Atualizado em 23/08/2016 15h03
Promotoria de Justiça participa da reconstituição da morte do capitão Rodrigues
Foto: Arquivo Pessoal
O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), por meio da 49ª Promotoria de Justiça da Capital (Tribunal do Júri), requereu e o Poder Judiciário autorizou a reconstituição do crime que terminou com a morte do capitão da Polícia Militar Rodrigo Moreira Rodrigues. A reprodução simulada acontecerá na noite do próximo dia 31 e várias outras instituições foram convidadas a participar dos trabalhos.

O promotor titular da 49ª Promotoria de Justiça da Capital, José Antônio Malta Marques, vai acompanhar todos os passos da reconstituição. “Solicitamos a reprodução simulada para que possamos esclarecer algumas dúvidas de natureza técnica com relação aos tiros e, claro, para fortalecer as provas que já constam nos autos da ação penal”, explicou ele.

É José Antônio Malta Marques o autor da denúncia contra o corretor de imóveis Agnaldo Lopes de Vasconcelos. Inclusive, para que o trabalho possa ser realizado de forma que possa chegar o mais próximo possível do momento do homicídio, o promotor solicitou a presença do réu, que estará presente.

A reconstituição vai ocorrer no dia 31 de agosto, uma quarta-feira, no loteamento Jardim Petrópolis II, bairro Santa Amélia, às 19h. Além do Ministério Público, também participarão as Polícias Civil e Militar e o Instituto de Criminalística.

A acusação
Em maio último, a 49ª Promotoria de Justiça da Capital denunciou Agnaldo Lopes de Vasconcelos por homicídio qualificado e pediu a condenação do denunciando, que teria atirado no policial por, supostamente, vê-lo escalando o muro da sua casa.

Segundo o promotor de Justiça José Antônio Malta Marques, o homicídio é qualificado por ter como vítima um policial militar no exercício da função, conforme prevê o Código Penal Brasileiro. Para o representante do MPE/AL, a autoria está confirmada mediante os depoimentos prestados pelas testemunhas e declarantes nos autos, sobretudo a confissão do próprio réu. “Já a materialidade delitiva está comprovada por meio do laudo do exame cadavérico, corroborada pelas demais provas constantes no inquérito policial”, disse ele.

O crime ocorreu na noite do dia 9 de março, na casa de Agnaldo Lopes, localizada no loteamento Jardim Petrópolis II, bairro Santa Amélia, em Maceió, quando o militar buscava recuperar um aparelho celular roubado. Naquela data, desenvolvia-se em toda a capital a operação policial “Saturação”, que visava coibir a prática de assaltos, motivo pela qual a vítima foi acionada com sua guarnição para prender o autor do roubo do objeto, bem como recuperar e entregá-lo de volta ao dono.

Segundo o inquérito policial, o celular tinha um aplicativo antifurto, com função de rastrear o eletrônico por meio de GPS. O geolocalizador registrou como última localização do aparelho uma área com raio de cinco metros, onde se encontrava a casa do denunciando. Acompanhado pela guarnição e pela vítima do roubo, o capitão Rodrigo Rodrigues bateu à porta da residência de Agnaldo Lopes e identificou-se como policial, pedindo para entrar.

Diante da negativa do residente, o militar subiu ao muro da casa, no momento em que foi surpreendido com dois tiros de arma de fogo, vindo cair para o lado externo da casa. A guarnição prestou socorro de mediato, mas o capitão não resistiu aos ferimentos e veio a falecer no Hospital Geral do Estado.

A Polícia Civil apurou, posteriormente, que o roubo do aparelho celular foi praticado por Ronaldo Paiva de Amorim Júnior e José Romão da Silva Júnior. Este último mora numa casa próxima da residência do denunciando, dentro do raio de cinco metros apontado pelo geolocalizador.