Ex-senador Suplicy é detido em protesto contra reintegração de posse em SP

Por Eduardo Suplicy durante reintegração de posse na Cidade Educandário, na região da Raposo Tavares, em São Paulo (SP), nesta segunda-feira. 25/07/2016 12h12 - Atualizado em 25/07/2016 15h03
Por Eduardo Suplicy durante reintegração de posse na Cidade Educandário, na região da Raposo Tavares, em São Paulo (SP), nesta segunda-feira. 25/07/2016 12h12 Atualizado em 25/07/2016 15h03
Ex-senador Suplicy é detido em protesto contra reintegração de posse em SP
Foto: Uriel Punk/Futura Press/Estadão Conteúdo
O ex-senador e candidato a vereador pelo PT Eduardo Suplicy, 75, foi detido nesta segunda-feira (25) pela Polícia Militar após protestar contra reintegração de posse na Zona Oeste de São Paulo. Ele foi levado ao 75º DP, no Jardim Arpoador.

Segundo a Polícia Militar, ele foi detido por resistência. Suplicy se deitou na rua para impedir a reintegração de posse e chegou a ser carregado por policiais militares. Imagens divulgadas pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) mostram o momento em que Suplicy se deita com uma moradora na rua para impedir policiais. 

Além do petista, mais duas pessoas foram detidas e levadas à delegacia.

O cantor Supla, filho de Suplicy, afirmou no Facebook que seu pai está bem. "Quero avisar a todos que o meu pai está bem...acabei de falar com o delegado e o meu próprio pai!agradeco a preocupação e o carinho de todos!", disse.

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse que foi procurado neste domingo (24) para interromper a reintegração de posse, mas que não pode atender ao pedido porque a área ocupada é de risco.

"Liguei para o subprefeito, disse a ele para ponderar sobre a oportunidade da reintegração, mas depois eu recebi um telefonema do secretário de Negócios Jurídicos dizendo que consultados, os engenheiros que avaliam risco entenderam que não havia como manter naquela barranqueira as famílias ali, que se não fosse cumprida a ordem judicial qualquer advento: solapamento, desmoronamento, ia ser imputada a responsabilidade para a Prefeitura, que as famílias não poderiam continuar lá por ser uma área de risco bastante importante", disse Haddad.

"Hoje [segunda] pela manhã nós encaminhamos os dois secretários ali, tanto o Medeiros [coordenação de Subprefeituras] quanto o Barreirinhas [negócios jurídicos], para informar as famílias sobre esse laudo técnico dos engenheiros. Nós fizemos todo o esforço para eventualmente adiar ou suspender, mas não havia como tomar essa medida em função do grave risco que estava ocorrendo ali. Não consegui falar com o Suplicy", completou.

Desde o início da madrugada esta segunda, moradores realizam protesto contra reintegração de posse de um terreno na Cidade Educandário, na região da Rodovia Raposo Tavares.

Ao todo, são 350 famílias que ocupam uma área que pertence à Prefeitura de São Paulo. Moradores montaram barricadas com colchões e madeiras nas entradas do terreno.

Eles atearam fogo para tentar impedir a aproximação do oficial de Justiça e de policiais militares que estavam no local. Um ônibus foi atravessado na via pelos moradores. Mais tarde, o veículo foi parcialmente incendiado, mas as chamas já foram apagadas.

Às 8h, a tropa de Choque, da Polícia Militar, estava no local e a situação ficou tensa. Policiais Militares jogaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral e moradores atiraram pedras.

De acordo com a Prefeitura, os moradores foram cadastrados para recebimento do auxílio bolsa-aluguel.