Policiais civis de Arapiraca vão a Maceió para cobrar melhores salários

Por Redação 26/04/2016 09h09 - Atualizado em 26/04/2016 13h01
Por Redação 26/04/2016 09h09 Atualizado em 26/04/2016 13h01
Policiais civis de Arapiraca vão a Maceió para cobrar melhores salários
Foto: Virgínia Souza/ Já é Notícia
Cerca de 50 policiais civis estiveram no 52º Departamento de Polícia, em Arapiraca, na manhã desta terça-feira (26), para reivindicar melhores condições salariais. A greve da categoria, considerada ilegal pelo presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Washington Luís Damasceno, teve início no dia 18 deste mês.

Os policiais seguem de Arapiraca para Maceió, onde encontrarão com outros 500 civis para a realização de uma assembleia do Sindicato dos Policiais Civis de Alagas (Sindipol) para decidir sobre a continuidade da greve, ou não.

A categoria pretende conversar com o governador Renan Filho, no intuito de ouvir as propostas para o fim da greve. Caso as propostas não atendam aos anseios dos policiais civis, eles afirmam que a greve continuará mais forte.

Um dos policiais, que não quis ser identificado, afirmou que o governador Renan Filho foi infeliz durante um pronunciamento na manhã desta segunda-feira (25), quando esteve em Arapiraca. O policial afirmou que a categoria foi comparada à classe de pedreiro.

“Por trás, existem pais de família e mães de família que nesta hora foram equiparados a mestres de obras […] Estamos no Brasil, um país cheio de dificuldades. Eu respeito os mestres de obras, porque eles são auxiliares dos engenheiros, mas o senhor está nos comparando com uma classe que não tem nada a ver com a nossa. Nós somos policiais que cuidam das investigações dos crimes. Nós temos curso superior”, comentou o policial.

O policial afirmou ainda que a categoria não aceitará qualquer proposta e que, caso não seja ouvida, dois mil policiais estarão fora das ruas ou demitidos.

“Eu achei muito estranha a postura do chefe de estado, com relação ao que o governador falou sobre os policiais civis. Nós não somos apenas nós, nós temos família. Quem garante a segurança dos alagoanos não é só a Polícia Militar, é a Polícia Civil também. Somos nós quem investigamos, somos nós quem arriscamos a vida dia e noite nas ruas”, disse o policial.

No áudio da entrevista, entretanto, Renan Filho apenas utiliza um exemplo para que os jornalistas e a população compreendam melhor o que está ocorrendo. 

"Infelizmente, o Estado não pode pagar a um policial civil 60% do salário de um delegado. Não dá para fazer isso. Ninguém pode ter o seu salário atrelado a outra categoria. Imagine se em uma obra um pedreiro quisesse ganhar 70% do salário de um engenheiro. Ele pode até ganhar, mas não pode ser obrigado. A Polícia Civil não pode obrigar o Estado a pagar 70% do salário de um delegado a um policial civil. Isso representaria um aumento de mais de 80% no salário. Numa crise dessas, em que os estados não estão pagando a folha, aí a gente discutir coisas dessa natureza é querer que eu dê um passo para o precipício", comentou Renan Filho, durante entrevista em Arapiraca.

A Greve
Os policiais civis decidiram pela greve, após assembleia geral no Sindicato dos Urbanitários, de onde saíram em caminhada até o Museu Palácio Floriano Peixoto, em Maceió. Na oportunidade, uma comissão de servidores chegou a participar de reunião do Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg), onde expôs a extensa pauta de reivindicações, contendo 21 itens.

A revisão do Plano de Cargos e Carreiras (PCC) e a remuneração de 60% do piso de um delegado de polícia, cujo salário inicial é R$ 14 mil, estão entre as principais exigências, além do reajuste no vale-alimentação e da construção do prédio-sede da Academia de Polícia Civil de Alagoas (Apocal).