Mais rico do Brasil, Lemann critica polarização e defende diálogo entre Lula e FHC

Por Diário de Pernambuco 22/11/2015 08h08
Por Diário de Pernambuco 22/11/2015 08h08
Mais rico do Brasil, Lemann critica polarização e defende diálogo entre Lula e FHC
Foto: Diário de Pernambuco
O homem mais rico do Brasil atualmente, principal acionista da Anheuser-Busch InBev (AB Inbev), acredita que o progresso do país está travado pelo que ele chama de polarização da política. Segundo informações da Folha de S. Paulo, Jorge Paulo Lemann, defendeu o diálogo entre os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso. “Tem que se unir por algumas coisas: [dizer] vamos conversar que é importante”, analisou Lemann, cujo patrimônio foi avaliado pela Forbes em R$ 83,7 bilhões.

“Eles foram amigos, já trabalharam juntos, e aí ficou essa ciumeira de Lula querer ser Fernando Henrique e Fernando Henrique querer ser Luala”, declarou o acionista à Folha, durante evento organizado pela Fundação Lemann, em Nova York. Para ele, o PMDB - que “fica ali no meio” - deve “saltar fora” do governo em breve.

Lemann comentou, ainda, sobre os discursos idealistas dos brasileiros. Disse que são necessários discursos mais práticos, sobre o que pode ou não ser feito para melhorar os cenários político, econômico e social do país. “Poucos falam sobre o que deveria ser feito, sobre o que é prático e pode ajudar o país”, pontuou. Em relação à crise, disse acreditar que o quadro será superado em breve, usando a própria experiência de vida como parâmetro - “Eu tenho 76 anos. Já passei por muitos problemas. No fim, as coisas se resolvem. Pode haver um Brasil muito melhor. Prevejo isso, e vejo bons sinais.”

O acionista elogiou o discurso da ex-senadora Marina Silva (Rede), que falou antes dele, no mesmo evento, sobre a crise no Brasil - segundo ela, decorrente, como em outros países afetados no mundo, do desgaste das instituições e estruturas tradicionais da democracia. Ainda segundo a Folha de S. Paulo, o empresário mais rico do Brasil elogiou também as ações do Ministério Público em relação aos escândalos de corrupção.