AL reduz nº de homicídios, mas ainda é o estado onde mais se mata no país

Por via G1 Alagoas 27/07/2015 11h11
Por via G1 Alagoas 27/07/2015 11h11
AL reduz nº de homicídios, mas ainda é o estado onde mais se mata no país
Policiais recebem orientação para ocupação de conjuntos em Maceió com alto índice de criminalidade, - Foto: Divulgação/PM
Alagoas é o estado com a maior taxa de homicídios do país, de acordo com levantamento do G1. Houve 2.053 homicídios dolosos (quando há intenção de matar) em 2014, uma média de 61,8 mortes para cada 100 mil habitantes.

Embora ainda seja proporcionalmente o estado onde mais se mata desde 2006, conforme os dados do "Mapa da Violência", Alagoas vem reduzindo o índice de homicídios desde 2013.

O secretário de Defesa Social e Ressocialização (Sedres), Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, diz que isso se deve principalmente à atuação conjunta das polícias. Mas ele reconhece que a situação ainda está longe daquilo que o estado quer alcançar.

“Devemos mudar o nosso método de investigação nos crimes de homicídios, para apresentar uma solução mais eficaz na resolução dos crimes. Isso significa que iremos aportar mais homens nas investigações, para que as respostas venham ainda mais rápidas”, afirma Gaspar.

Muitos moradores da capital alagoana dizem viver com insegurança, como é o caso de Ana Maria dos Santos, que mora em Tabuleiro dos Martins.

"Eu moro na parte alta da cidade, e lá a criminalidade está tomando conta. Minha irmã mora no Jacintinho, e no local a situação é a mesma. A violência continua do mesmo jeito no estado, não existe segurança, isso é um absurdo", desabafa.

Maria da Silva, que vive no bairro da Serraria, também diz ter medo. Ela explica que a insegurança vem dos constantes assaltos pelos quais a família dela passou. "Já fui assaltada três vezes, minha filha, quatro vezes, e meu marido, uma vez. A situação é assustadora", diz.

A mulher atribui os problemas de segurança à falta de conclusão das investigações, à sobrecarga que o Poder Judiciário sofre e ao mal planejamento das políticas públicas em Alagoas. "Acredito que o efetivo policial em Maceió é muito pequeno, e não é capaz de atender a população", afirma.

Mudanças no estado


Recentemente, em entrevista ao Bom Dia Alagoas, Alfredo Gaspar, da Sedres, disse que a meta de redução anual de homicídios é de 12%, mas, neste primeiro semestre, o estado já conseguiu uma queda de 22%.

Ele afirmou que, em comparação ao mesmo período do ano anterior, 264 vidas foram preservadas em Alagoas. “Ainda temos seis meses, mas segurança pública é uma coisa para se trabalhar no dia a dia.”

Segundo o secretário, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e Força Nacional vêm trabalhando em conjunto no combate ao crime, com o apoio de agentes do sistema prisional do estado, da Perícia Estadual e do Corpo de Bombeiros Militar (CBM).

Durante visita ao estado no mês de junho, a secretária de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Regina Miki, disse que a articulação entre as instituições de segurança pública era um dos planos do Brasil Mais Seguro, programa do governo federal implantado em Alagoas, em 2012, para ajudar na redução dos índices de violência.

O mototaxista Maciel da Silva, morador do bairro do Jacintinho, acredita que a ação dos policiais está diminuindo a criminalidade no local. "A polícia está trabalhando muito para combater a criminalidade, o tráfico de drogas, mas, infelizmente, a violência não para."

Para Eronildo Firmino Soares, residente de Porto Calvo, a situação também melhorou, e ele diz se sentir mais seguro. "Vemos o policiamento direto pelas ruas, não ficamos sabendo de muitos homicídios na cidade, a não ser das pessoas ligadas ao tráfico de drogas na região."

Além da melhor integração entre as polícias, o governo lista entre os motivos para a redução dos homicídios o policiamento ostensivo nas áreas consideradas de riscos e o isolamento dos presos com poder de mando, seja os condenados por tráfico de drogas ou crimes de homicídios.

“Temos 24 carros novos da Polícia Civil. Duas viaturas serão distribuídas para cada cidade que está entre as mais violentas do estado. Temos um carro, que servirá como delegacia móvel, para auxiliar a Delegacia de Homicídios da capital. Serão instaladas seis novas bases comunitárias móveis nas áreas de risco de Maceió", diz o secretário Alfredo Gaspar. "Queremos uma polícia mais próxima da comunidade, mas, antes disso, precisamos enfrentar o crime."

 
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