Vereadores quebram cadeado e realizam eleição-relâmpago em Traipu

Por tribunahoje 13/07/2015 17h05
Por tribunahoje 13/07/2015 17h05
Vereadores quebram cadeado e realizam eleição-relâmpago em Traipu
Foto: Assessoria
Como se não bastasse a 'briga' na Justiça entre a prefeita Conceição Tavares (DEM) e seu vice Erasmo Dias (PRTB), que já tomaram posse várias vezes no cargo majoritário nos últimos meses, a confusão agora foi parar na Câmara de Vereadores.

Vereadores partidários da prefeita Conceição Tavares decidiram realizar uma sessão especial, na manhã desta segunda-feira (13), para eleger a nova mesa diretora da Casa Legislativa, sem a presença do presidente Valter Santos, o Valter da Farmácia (PPL), que é aliado do vice-prefeito Erasmo Dias, que rompeu politicamente com a prefeita Conceição Tavares há cerca de dois anos.

A partir de então, o vice vem aparecendo na mídia com várias denúncias contra a chefe do Poder Executivo Municipal, inclusive o polêmico caso da viagem da prefeita aos Estados Unidos, e que desembargadores do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) acataram e revogaram, por cinco vezes, os pedidos de afastamento e retorno da gestora ao cargo.

Depois de idas e vindas, a mais recente decisão do Tribunal de Justiça ordenou a volta de Conceição Tavares, que assumiu novamente, há cerca de um mês, a Prefeitura de Traipu.
Agora, os vereadores da situação, liderados por Gilson dos Santos, participaram de uma nova sessão polêmica que elegeu a vereadora Terezinha Freire como presidente da Câmara de Traipu, tendo como vice o vereador Júnior. Como primeiro-secretário foi escolhido o vereador Genivaldo.

Antes de sessão, o grupo quebrou o cadeado e, em seguida, tiveram acesso ao plenário do Poder Legislativo local.
O grupo alega que o presidente da Câmara Municipal, Valter Santos, teria descumprido algumas cláusulas do Regimento da Casa Legislativa, durante a sessão que deu posse ao vice Erasmo Dias, em abril deste ano, e, por conta disso, não poderia permanecer no cargo.

Golpe


A reportagem do Tribuna Hoje, manteve contato com o vereador e presidente da Câmara de Traipu, Valter Santos, o Valter da Farmácia.

Ele disse que ficou sabendo do episódio por meio de amigos, ainda na manhã desta segunda-feira.

“Isso não passa de um golpe e uma afronta às leis e aos moradores de Traipu. Tudo que fizemos até agora está amparado na lei e no Regimento da Câmara. Essa eleição não tem validade e vamos recorrer na Justiça”, afirmou Valter Santos.

Repeteco

A mesma situação foi vivenciada pelos moradores de Traipu, no ano de 2012. Na época, o então prefeito Marcos Santos foi acusado de incitar uma manobra para eleger uma nova mesa diretora na Câmara Municipal.

Traipu ficou com duas Casas parlamentares, uma de direito e outra a comando do prefeito Marcos Santos, segundo a presidente da Câmara na época, Conceição Tavares (DEM).

Naquela época, a então vereadora e hoje prefeita de Traipu foi taxativa ao dizer que todo o problema foi gerado após uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) ser criada para apurar os supostos desmandos que estavam sendo denunciados na prefeitura local, a comando de Marcos Santos, acusado de desviar recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) do município.