Após uma postagem na internet feita pela mãe da filha do ator Henri Castelli, no último Dia das Mães, sobre uma foto publicada por ele na internet em que a criança aparece no colo da Mãe Neide Oyá D´Oxum, a sacerdotisa de matriz africana informou, nesta terça-feira (26), que registrou um Boletim de Ocorrência sobre o caso e que vai processar Juliana Despírito.

Segundo a Yalorixá, a postagem da Juliana foi preconceituosa e ofensiva. A reação aconteceu após uma foto publicada por Castelli com a filha deles no colo da Mãe Neide. “Pessoalmente, eu não tenho nada contra essa moça, mas me preocupo em saber que as pessoas não sofram o que eu sofri no dia. Henri me liga todo dia, e após esse episódio ele me ligou chorando e falando que apoiaria minhas decisões”, desabafa.

A imagem incomodou Juliana, que afirmou nas redes sociais que a "filha foi presente de Deus... Ela não pertence a nenhum outro espírito que não seja o Espírito Santo de Deus". A mãe da criança ainda usou a hashtag 'aqui não entra macumba', mas tentou justificar o desabafo.

"Para quem se sentiu desrespeitado pela religião, esta não foi a intenção. Minha filha quando crescer vai poder escolher o que faz ela feliz! Só não acho certo ver minha filha vestida de mãe de santo sem ter idade e discernimento das coisas", diz trecho da publicação de Juliana.

A fotografia foi tirada em um sítio da Mãe Neide, em União dos Palmares, na Zona da Mata alagoana, em um momento de descontração entre ela e a família de Castelli, que costuma vir ao estado para pedir orientação a ela.

“Tenho uma relação ótima com Henri e todos os meus filhos. A ideia [da foto] foi iniciativa dele e a criança, de apenas uim ano e quatro meses, me chama carinhosamente de 'Vovó Preta'. Aquilo não passou de uma homenagem”, explica Mãe Neide.

Os advogados que representam a Yalorixá, Walkyra Carvalo e Newton Pereira Gonçalves Neto, informaram que ela registrou o B.O. 10 dias após a publicação de Castelli, e que o Ministério Público de Alagoas (MP-AL) já foi informado sobre a situação para tomar as providências cabíveis.

“Podemos identificar intolerância religiosa no comentário da Juliana, e estamos estudando outras tipificações de infrações penais.

A respeito dos comentários ofensivos de outras pessoas no post, e da divulgação na mídia nacional e internacional, estudaremos ainda o que será feito”, relata a advogada Walkyra Carvalho.

Os advogados ainda mostraram um dossiê de 47 páginas onde estavam reunido várias publicações dos meios de comunicações e comentários nas redes sociais que eles acharam ofensivos.