País fechou 97.828 vagas em abril, pior resultado para o mês desde 1992

Por G1 23/05/2015 00h12
Por G1 23/05/2015 00h12
País fechou 97.828 vagas em abril, pior resultado para o mês desde 1992
Foto: G1
Depois de uma pequena recuperação em março, a economia brasileira voltou a demitir. Em abril, foram fechadas 97.828 vagas de emprego formais, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (22) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

É o pior resultado para meses de abril desde 1992, quando tem início a série histórica do ministério. Naquele ano, foram cortadas 63.175 vagas no mês. Em abril de 2014, foram criadas 105 mil vagas.

O corte de 97 mil vagas é resultado de 1.527.681 admissões e 1.625.509 desligamentos, o que representa uma queda de 0,24% em relação ao estoque de empregos com carteira assinada do mês anterior.

Foi o terceiro mês de corte de vagas no ano. Em janeiro e fevereiro, respectivamente, as demissões superaram as contratações em 81.774 e 2.415 vagas formais. Em março, foram criados 19.282 novos postos. Estes números foram considerados sem ajuste para declarações fora do prazo.

Segundo o ministro do Trabalho, Manoel Dias, as empresas desistem de investir por conta da percepção de que o país passa por uma crise – que é política e não econômica, de acordo com ele. “Quem pretende empreender, desiste e não contrata, o que se reflete no mercado de trabalho”, afirmou.

De acordo com Dias, com o ajuste fiscal e com os cortes que estão sendo anunciados, o governo está criando condições para que haja estabilidade econômica e o país volte a níveis de emprego como o de antes da crise política, e destacou os avanços em relação à formalização.

“Estamos avançando com nosso programa de combate à informalidade, que busca legalizar 400 mil trabalhadores e elevar a arrecadação em R$ 2,6 bilhões. Temos boas perspectivas de investimentos, que devem ajudar na geração de empregos”, avaliou o ministro.

MP de proteção ao emprego
Segundo Manoel Dias, uma propsota de Medida Provisória (MP) de criação do Programa de Proteção ao Emprego deverá ser apresentada em cerca de dez dias, para discussão em um fórum sobre o assunto. Esse fórum só deve começar a se reunir após o final da votação sobre o ajuste fiscal no Congresso.

O modelo do programa, segundo ele, é baseado no existente na Alemanha, "que deve funcionar bem na indústria de transformação, metalúrgica e automobilística".

Ainda de acordo com o ministro, o projeto prevê um subsídio de até 6 meses com cobertura de até 20% do salário do trabalhador. Os recursos viriam do Tesouro e do FAT. "Isso funcionaria em empresas que tiverem que diminuir o salário do trabalhador por crise no orçamento", afirmou Dias.