Estado de Alagoas terá que indenizar Major da PM em R$ 30 mil

Por Redação com G1 20/11/2014 19h07
Por Redação com G1 20/11/2014 19h07
Estado de Alagoas terá que indenizar Major da PM em R$ 30 mil
Foto: Arquivo Pessoal
O juiz Alberto Jorge Correia, por meio da 17ª Vara Cível da Capital do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (TJ-AL), determinou que o governo de Alagoas pague uma indenização de R$ 30 mil por danos morais ao major da Polícia Militar, Paulo Eugênio da Silva Freitas, que ficou preso por 45 dias sob suspeita de ser o mandante da chamada Chacina do Benedito Bentes, ocorrida em agosto de 2010, em que três adolescentes e um jovem foram mortos, mas depois foi inocentado do crime. A decisão foi proferida na quarta-feira (19).

Em 2012, o major Eugênio entrou na Justiça requerendo a condenação do Estado a pagar R$ 400 mil por danos morais. O juiz Alberto Jorge Correia avaliou que o Estado era culpado, mas estipulou a indenização em um valor menor que o requerido, a ser corrigido com a incidência de juros de 1% ao mês, desde a data da sentença.

O major, hoje, é comandante da 1ª Companhia Independente, localizada em São Miguel dos Campos. Em entrevista ao portal g1 ele disse estar aliviado, mas ainda restam feridas. "Esse foi mais um erro cometido pelo Estado, a polícia acabou investigando errado e colocando inocentes na cadeia. Estou aliviado, mas ainda estou com sequelas que o dinheiro não paga", disse.

À época, a Polícia Civil prendeu cinco homens que não tinham relação com o crime, dentre eles, Freitas, que era capitão. Além de processar o Estado, o militar entrou com um recurso contra o vereador por Maceió, Silvânio Barbosa (PSB). No dia 18 de agosto, a Justiça determinou, em primeira instância, o pagamento de R$ 20 mil de indenização.

Segundo as investigações, o nome do militar ficou evidenciado após Barbosa, na época prefeito comunitário do Benedito Bentes, procurar a polícia para entregar um bilhete supostamente deixado na sede da prefeitura por alguém desconhecido. O bilhete traria detalhes da chacina e o nome do militar como um dos envolvidos nas mortes.

Após três anos do crime, novas testemunhas foram ouvidas e o caso concluído. Quatro irmãos, identificados como Antônio Fernando dos Santos, Antônio Carlos dos Santos e Antônio Marcos dos Santos foram presos como autores da chacina. Um adolescente também foi detido por participação no caso.