Helicóptero cai em Minas Gerais após piloto realizar manobras arriscadas

Por Redação com G1 21/09/2014 14h02
Por Redação com G1 21/09/2014 14h02
Helicóptero cai em Minas Gerais após piloto realizar manobras arriscadas
Foto: Divulgação
O Corpo de Bombeiros localizou na noite deste sábado (20) os corpos das vítimas do helicóptero que caiu na Represa de Furnas, em Fama (MG). As buscas, que seriam encerradas por volta de 18h, continuaram durante a noite já que por volta desse horário, foram encontradas as duas portas da aeronave. Depois que o compartimento da cabine foi achada, os militares conseguiram resgatar o corpo do sargento da Polícia Militar, Marcos Antônio Alves, de 44 anos.

Já o corpo da mulher dele, Lívia Reis Carvalho, foi encontrado preso às ferragens. Devido às condições do local, o Corpo de Bombeiros informou que o corpo de Lívia deveria ser resgatado somente na manhã deste domingo (20).

Piloto preso

O piloto do helicóptero que caiu no Lago de Furnas foi detido durante a tarde de sábado e levado para a Delegacia de Varginha (MG) para prestar depoimento. Após a queda do helicóptero, segundo a polícia, o piloto fugiu do local e só se apresentou em Elói Mendes (MG), cidade que fica a 50 quilômetros de onde aconteceu o acidente, sem tentar prestar socorro às vítimas.

"Ele fugiu do local do acidente, nem no hospital ele foi", disse o major da Polícia Militar, Adenízio de Paula.

Depois de se apresentar à polícia, Bruno Abitbol de Andrade Nogueira foi atendido no hospital de Elói Mendes sob escolta e depois levado para a delegacia de Varginha. Na chegada à sede da Polícia Civil, ele não quis falar sobre o assunto. Conforme a polícia, o piloto fazia manobras arriscadas oferecendo perigo às pessoas que o acompanhavam nos voos. Testemunhas disseram que a aeronave caiu de bico na água, a cerca de 100 metros da margem.

"Ele estava muito perto da beira d´água e na hora que ele tentou voltar, ele caiu e explodiu. O piloto conseguiu pular pra fora", disse o eletricista Thiago de Souza. "Pelo jeito que ele caiu, ele descontrolou e foi de bico na água", completou o servente de pedreiro Rosivaldo de Paula.

Um empresário que havia sobrevoado a cidade no helicóptero momentos antes dele cair no Lago de Furnas, registrou fotos da aeronave.

"Minha mulher nunca tinha ido e voamos sem problemas. Já passei muito aperto, mas ver o helicóptero que eu acabei de voar caindo é complicado", disse Marcelo Pontes.

A aeronave caiu na Represa de Furnas por volta de meio-dia. Segundo o cabo Carlos Teodoro, da Polícia Militar de Alfenas (MG), três pessoas estavam na aeronave: o piloto, o sargento da PM de Fama, Marcos Antônio Alves, 44 anos e a mulher dele, Lívia Reis Carvalho, de 27 anos. O piloto do helicóptero foi resgatado com vida por pescadores. O casal não conseguiu sair da aeronave, que ficou submersa no lago. Equipes do Corpo de Bombeiros trabalharam durante todo o dia em busca dos corpos das duas vítimas.

A comerciante Rita Maria da Silva, que tem um bar em frente ao lago, viu o momento em que a aeronave caiu. "O helicóptero levantou voo aqui perto, saiu de costas, fez a manobra para a esquerda, e quando foi virar para a direita ele ficou 'de bico' para o lago. Quando as hélices encostaram na água, o piloto perdeu o controle e ele caiu no lago", relatou. Segundo ela, o piloto já havia feito dois voos e no terceiro, perdeu o controle e caiu.

Segundo as informações apuradas pelo G1, o helicóptero estaria fazendo voos panorâmicos em Fama, onde acontece uma festa de peão neste fim de semana. No entanto, o serviço não foi contratado pelos organizadores do evento. Conforme a Polícia Militar de Elói Mendes, o piloto da aeronave se apresentou na delegacia da cidade contando sobre o acidente e pedindo ajuda para chegar até um hospital.

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou que o modelo do helicóptero que caiu no Lago de Furnas é um Raven R44 com capacidade para três passageiros e tripulação, produzido nos Estados Unidos. A aeronave possuía certificado de aeronavegabilidade válido até 2018 e inspeção anual de manutenção também dentro da validade. Ainda segundo a Anac, o helicóptero pertence a uma instituição financeira privada e é operado por uma siderúrgica. O motivo pelo qual ele fazia voos panorâmicos na cidade ainda não foi esclarecido.