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PORTUGUÊS COPEVE: O que podemos encontrar nas provas IFAL/UFAL?

12/06/2016 22h10
12/06/2016 22h10
PORTUGUÊS COPEVE: O que podemos encontrar nas provas IFAL/UFAL?

Copeve, uma banca que costuma complicar um pouco quando se fala de Língua Portuguesa, mas, como nem tudo é indecifrável, iremos aqui comentar um pouco sobre o que esta “bendita” vem solicitando nos certames que organizam.

Como sempre falo, todo guerreiro deve conhecer bem o ambiente do seu inimigo antes da batalha, ou seja, todo concurseiro deve saber o que a instituição organizadora da sua prova vem trabalhando nos últimos concursos e isso é fundamental, tendo em vista que cada uma tem identidade própria e costuma trabalhar certos tópicos com frequência.

O português da Copeve é bem amplo. Nas últimas provas desta disciplina caíram assuntos que exigem muito o conhecimento sintático do candidato. Enquanto assuntos como Acentuação Gráfica, Estrutura e formação das palavras e flexões da maioria das classes gramaticais vêm sendo deixado de lado; Funções do “que” e do “se”, Colocação Pronominal, Termos (essenciais, integrantes e acessórios), Orações (coordenadas e subordinadas) e as queridinhas “Figuras de Linguagem” são temas corriqueiros e bem utilizados.

Entre o “que” e o “se”, a segunda opção é a preferencia da organizadora. O macete é: SE + VTD, VTDI = Partícula Apassivadora; SE + VTI, VI ou VL = Índice de Indeterminação do Sujeito, salvo nos casos em que este seja parte integrante, pronome reflexivo ou  partícula de realce. Quando ele introduzir uma oração subordinada substantiva, será conjunção integrante. Eis um exemplo deste tópico numa prova.

 

ANO: 2014          BANCA: COPEVE          PROVA: UFAL          CARGO: ADMINISTRADOR

Um dia você se olhará no espelho e terá uma revelação estarrecedora. Sua mulher está dormindo com outro homem! Depois descobrirá que o que se vê no espelho não é outro, é você mesmo.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Gazeta de Alagoas, 30 mar. 2014.

As duas inserções da palavra “se” no fragmento classificam-se, respectivamente, como:

A) pronome reflexivo – índice de indeterminação do sujeito.

B) pronome reflexivo – partícula apassivadora.

C) partícula apassivadora – conjunção integrante.

D) partícula expletiva – pronome apassivador.

E) índice de indeterminação do sujeito – pronome apassivador

 

A alternativa correta é a B, pois no primeiro caso há um ato reflexivo quando se olha no espelho; já no segundo caso, o verbo VER é VTD e, por não termos outras características presentes, trata-se de Partícula Apassivadora.

Esta banca é um tanto “religiosa”, pois gosta muito de ORAÇÕES. Temos os períodos compostos por coordenação e subordinação. As coordenadas dividem-se em assindéticas e sindéticas; as subordinadas em adjetivas, substantivas e adverbiais. São assuntos complexos, mas trabalhados de forma fácil, a exemplo da questão abaixo.

 

ANO: 2015   BANCA: COPEVE  PROVA: PREFEITURA INHAPI  CARGO: PROCURADOR MUNICIPAL

Entre as duas orações do período “Como o tempo todo e não engordo.”, encontra-se a conjunção “e”, que, no contexto, assume o valor de:

A) condição.     B) finalidade.      C) adversidade.       D) comparação.        E) consequência

 

A alternativa correta é a C, tendo em vista que as duas orações presentes têm opiniões contrárias, ou seja, não seguem a tendência. Na lógica, quem come o tempo todo, engorda, como a lógica não foi seguida, houve uma ADVERSIDADE.

Continuando nosso estudo intensivo, coloquemos os pronomes oblíquos perto dos verbos. A próclise (antes do verbo), a mesóclise (dentro do verbo) e a ênclise (após o verbo) são as três posições evidentes. O ponto principal é a presença ou não de palavras chamativas (advérbios, conjunções, palavras de sentido negativo, ...) que obrigam os pronomes a ficarem antes dos verbos. Vamos ver como cai em prova.

 

ANO: 2015   BANCA: COPEVE  PROVA: PREFEITURA INHAPI  CARGO: PROCURADOR MUNICIPAL

[...] A caatinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas. O voo negro dos urubus fazia círculos altos em redor dos bichos moribundos.

– Anda, excomungado.

O pirralho não ____________, e Fabiano desejou _____________. Tinha o coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca _________________como um fato necessário – e a obstinação da criança __________________. Certamente esse obstáculo miúdo não era o culpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava  chegar, não sabia onde. [...]

RAMOS, Graciliano. Vidas secas. São Paulo: Editora Record, 1982.

Assinale a alternativa que preenche os espaços de forma correta.

A) se mexeu, matá-lo, aparecia-lhe, irritava-o.

B) se mexeu, matá-lo, aparecia-lhe, lhe irritava.

C) se mexeu, lhe matar, lhe aparecia, lhe irritava.

D) mexeu-se, matar ele, lhe aparecia, lhe irritava.

E) mexeu-se, matá-lo, lhe aparecia, irritava-o.

 

Neste caso, temos palavras atrativas apenas na primeira opção (NÃO, palavra de sentido negativo), mas também temos uma consequente análise da substituição de objetos por pronomes. O O, A (s) substituem, exclusivamente, objetos diretos, já o LHE(s) substitui, exclusivamente, os objetos indiretos, por isso a alternativa correta é a A, devido a presença de dois VTDs  e um VTI e seus respectivos objetos colocados de forma correta.

No tocante aos termos, principalmente os integrantes, há uma sequencia de questões que pedem a localização dos complementos verbais (objetos).  Segue abaixo o modelo padrão de questão COPEVE que trata deste tema.

 

ANO: 2012   BANCA: COPEVE  PROVA: PREFEITURA MACEIÓ  CARGO: ODONTÓLOGO

Na expressão “A bolsa, Maria a trazia escondida com medo do pior acontecer”, o termo grifado deve ser corretamente classificado como:

A) objeto direto.                  B) objeto direto pleonástico.            C) complemento nominal.

                       D) agente da passiva.              E) objeto indireto pleonástico.

 

Como citado, o O e o A (seguido ou não de S), substituem, exclusivamente, os Objetos Diretos. Seria fácil se não tivesse a expressão “A bolsa” na parte inicial, pois, como o verbo TRAZER tem, nesta ocasião, dois objetos (A e A BOLSA), há uma repetição de complementos, configurando assim um OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO, indicado na letra B.

Por fim e não menos importante, as “queridas” Figuras de linguagem, sempre presentes, preocupam ainda mais os concurseiros de plantão. Numa prova desta banca  é sempre esperada uma questão acerca do tema. Estas, em sua maioria trabalhadas através de textos ou, às vezes, em linguagens não-verbal, seguem uma estrutura similar a questão abaixo.

 

ANO: 2016   BANCA: COPEVE  PROVA: PREFEITURA DELMIRO GOUVEIA  CARGO: ASSISTENTE SOCIAL

No excerto “...o adolescente será aquele que arde, que queima, que se consome no seu próprio fogo”, ocorrem as figuras de linguagem:

A) metáfora e anáfora.             B) metáfora e anacoluto.              C) comparação e anáfora.

                      D) polissíndeto e metáfora.           E) comparação e polissíndeto.

 

Como neste caso tivemos a repetição de um elemento (QUE) no início das orações, fica claro a presença da anáfora, uma das figuras de som existentes na nossa gramática. Quanto à afirmação de que o adolescente é aquele, é percebida a característica da nossa principal figura de linguagem: a METÁFORA.

A prova vem aí! Temos pouco tempo e o pior inimigo do candidato é a banca. Estude-a, veja como ela trabalha as matérias requisitadas, busque, aja, faça por onde!!!!!!

Português descomplicado

Sou Anderson Pereira, Graduado em Letras e em Direito pela UNEAL, pós-graduado em Direito do trabalho, Processo do trabalho e Previdenciário pela Estácio, onze anos de experiência docente em língua portuguesa, funcionário público federal pelo DNIT, professor de português e gestor do curso preparatório ESTUDEANTES.

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