Blogs

Por que o uso de celulares e tablets pode prejudicar o desenvolvimento infantil?

07/04/2016 17h05
07/04/2016 17h05
Por que o uso de celulares e tablets  pode prejudicar o desenvolvimento infantil?


Atualmente muito tenho me preocupado com o fenômeno que tenho percebido nos últimos tempos: o aumento do número de crianças de dois ou três anos passando horas e horas usando tablets e celulares. Há mais de 5 anos atendendo crianças com deficiência no serviço público e em consultório particular em Arapiraca, inúmeros são os casos em que os pais chegam a suspeitar que os filhos são autistas, sem perceber que o uso prolongado de tablets, joguinhos eletrônicos e celulares é que estão dificultando o desenvolvimento da socialização, comunicação e afetividade dessas crianças.

Considerando que, nos primeiros três anos de vida, a criança passa por fases de interação com seus pais e cuidadores, que se dão através do compartilhamento de experiências e do olhar da criança para o outro, a utilização do tablet e do celular impede estas ações.

O uso de tablets e outros eletrônicos estão cada vez mais tomando o lugar da interação entre as crianças e seus pais e do brincar no contexto familiar. Os pais passam muito tempo no trabalho, chegam em casa cansados e, quando os filhos querem assistir desenhos e joguinhos no tablet, eles liberam, em vez de tentar conversar ou brincar.

Muitos pesquisadores afirmam que “conteúdos multimídia em alta velocidade podem contribuir para aumento o déficit de atenção, concentração e memória’’, o motivo para isso seria a redução de faixas neuronais para o córtex frontal”.

Outro ponto relevante que merece ser discutido é sobre a relação entre o uso de celulares e o surgimento de câncer cerebral que apesar de serem pouco conclusivos, muitos cientistas concordam que as crianças são mais sensíveis aos agentes radioativos do que os adultos. Por causa disso, pesquisadores canadenses acreditam que a radiação dos celulares deveria ser considerada como “provavelmente cancerígena” para crianças.

Há estudos de diversas partes do mundo ligando diretamente a utilização excessiva de tecnologia a uma série de distúrbios emocionais. Entre os mais citados pelos pesquisadores estão: “depressão infantil, ansiedade, autismo, transtorno bipolar, psicose e comportamento problemático”. Crianças tendem a repetir comportamentos dos adultos e de personagens que consideram referências. Logo, a exposição a jogos e filmes com violência excessiva pode causar problemas de agressividade também às crianças de até 12 anos.

constante utilização dos aparelhos pode acabar gerando dependência em diversos graus diferentes. Um dos problemas relacionados a isso está no fato de que muitas crianças deixam de dormir para jogar, navegar ou conversar nos aparelhos. Além das consequências psicológicas causadas por isso, também é preciso lembrar que a falta de sono noturno pode gerar problemas de crescimento.

Você já deve ter ouvido alguma afirmação similar a: “As crianças do século 21 fazem parte da primeira geração de pessoas que não vão viver mais do que os próprios pais”. Um dos grandes motivos para isso é a obesidade, que pode sim estar ligada ao uso excessivo de eletrônicos. Estima-se que crianças com aparelhos no próprio quarto têm 30% mais chance de serem obesas do que as demais, isso devido ao fato de gastarem pouca energia, uma vez que permanecem muito tempo sentados, sem movimentar o corpo.

Independente dos prejuízos mencionados pelos celulares e tablets, os eletrônicos são aliados à educação das crianças e podem ser um meio muito interessante para aprendizagem, mas sempre evitando os excessos e a superexposição a conteúdos agressivos.

Talvez a melhor forma de se conseguir a redução do uso do celular e de tablets seja dando mais atenção ao seu filho através de conversas, do brincar, e utilizando mais jogos interativos e não eletrônicos.

Fonte: http://www.tecmundo.com.br/celular/58445-criancas-nao-devem-ter-smartphones-tablets-12-anos.htm 



Graziela Valeriano

Graziela Valeriano é Terapeuta Ocupacional, CREFITO-1 12632-T.O. Pós-graduada em Neuropsicologia Clínica; Pós-graduada em Educação no Ensino Estruturado para Autistas; Certificação Internacional Completa em Integração Sensorial; Endereços profissionais: Consultório Particular-Solution Center- Centro de Soluções Clínicas, Rua Marechal Floriano Peixoto, 200, Eldorado, Arapiraca. Telefone:3530-4372; Espaço TRATE-Reabilitação e Reintegração de Crianças com Autismo.

Ver todos os posts