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Ame a Deus, Amando o próximo!

Por Sérgio Nicácio Lira 06/08/2015 15h03
Por Sérgio Nicácio Lira 06/08/2015 15h03
Ame a Deus, Amando o próximo!
É com prazer que começamos o nosso sétimo encontro do ano. Peço desculpas pelo atraso na publicação desse texto, é que minha vida anda meio corrida, e para escrever, tenho que orar e meditar para que Deus me revele sua vontade, pois o que escrevo, não vem de mim, mas de Deus ao meu coração. Agradeço a Deus por essa oportunidade, aos leitores pelos comentários e aos amigos que estão orando por esse projeto.

Nesse encontro, vamos falar um pouco sobre amarmos a Deus, amando nosso próximo. Usaremos como ponto de partida para nossa reflexão uma passagem bíblica que se encontra no evangelho segundo São Lucas Capítulo 10, versículos de 25 a 37:

“E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o, e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês? E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás. Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo? E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele; E, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu te pagarei quando voltar. Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira”.
Essa é uma das minhas parábolas favoritas, pois ela revela, através da história do Bom Samaritano, a forma como Jesus quer que nós nos relacionemos uns com os outros. Jesus fala de quatro personagens, o primeiro era um viajante que foi espancado até ficar quase morto; o segundo era um sacerdote (homem conhecedor da Lei de Deus), que viu a necessidade do homem ferido, mas passou de largo, isto é, fez de conta que não viu; o terceiro personagem, era um levita (homem responsável por cuidar e zelar da casa de Deus), que agiu igualmente ao sacerdote; já o quarto personagem era o Bom Samaritano, que ao ver o homem ferido, moveu-se de íntima compaixão e foi socorrê-lo, atou-lhe as feridas, o levou para um abrigo e cuidou dele até ele melhorar.

Após contar essa parábola, Jesus pergunta ao interprete de Lei: Quem foi o próximo do homem ferido? O interprete responde: O que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: Vai e faz de igual modo.

Na tradição judaica, os Samaritanos eram pessoas desprezadas e odiadas pelos Judeus, pois eram tidos como impuros. Não por acaso, Jesus fez questão de colocar um Samaritano para ser o protagonista dessa história. Jesus queria revelar com isso que o nosso próximo nem sempre é aquela pessoa que pertence ao nosso grupo ou a nossa religião.
Resolvi falar sobre essa parábola para que possamos entender a forma como Jesus nos revela seu evangelho, através do amor, e para refletirmos um pouco sobre quem é o nosso próximo.

Deixe-me contar um fato real que aconteceu aqui em Arapiraca. Minha esposa, que é da área da saúde, estava participando de um Congresso sobre o atendimento ao usuário nas Unidades de Saúde. Durante o evento, um usuário pediu a palavra e falou o seguinte: “Quero fazer uma reclamação, lá no Posto de Saúde da minha comunidade estou sendo discriminado pelos evangélicos que trabalham lá, pois eles se recusam a me atender só porque pertenço a uma religião diferente da deles, pois sou do candomblé e não acho certo não ser atendido por causo de minha opção religiosa”.

Concordo plenamente com as palavras desse homem, pois se somos seguidores de Cristo, temos que entender que não importa a religião do outro, o que importa de verdade é que nós não podemos olhar para o outro com um olhar de julgamento, mas sim com um olhar de amor, de compaixão. Certa vez, os religiosos levaram uma mulher adultera para ser julgada por Jesus. Na cabeça deles, religiosos, certamente Jesus iria condená-la, pois o pecado dela era imperdoável. Todavia, em vez de condenar a mulher, Jesus olhou para aqueles que se achavam acima do bem e do mal e disse: “Aquele que não tiver pecado atire a primeira pedra”. No mesmo instante, todos começaram a refletir sobre suas vidas e perceberam que eram tão pecadores quanto aquela mulher, por isso, nenhum deles teve coragem de atirar pedra alguma contra ela. Naquele momento, Jesus olhou nos olhos daquela mulher e disse: “Filha, Eu não te condeno, vai e não peques mais” (Jo 8: 7, 11).

O que aprendemos com essa atitude de Jesus? Aprendemos que todos nós somos pecadores, e que não há um justo sequer. Por isso, não cabe a nós julgarmos as pessoas, pois só há um digno de fazer isso. Seu nome, Jesus de Nazaré, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. (Ap 5:5). Portanto, nossa função não é de julgar as pessoas, mas de acolhê-las com o amor de Cristo.

A base do evangelho de Cristo é o amor. O próprio Jesus resumiu toda a Lei Judaica em dois mandamento, quais sejam: “amar a Deus sobre todas as coisas, e ao teu próximo como a ti mesmo (Mc 12: 30-31). Portanto, não há cristianismo sem amor. Aliás, Cristo é amor, e o amor é Cristo, pois o Apóstolo Paulo ao escrever aos Colossenses disse que nós devemos nos revestir do amor. Já em sua carta aos Romanos, ele manda nós nos revestirmos de Cristo. (Cl 3:14 e Rm 13:14).

O Apóstolo Paulo nos ensina que o amor é: “paciente, é bondoso; não é invejoso, não é arrogante, não se ensoberbece, não é ambicioso, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda ressentimento pelo mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Cor 13: 4-7).
Agora eu te pergunto: você conhece alguém que é paciente, bondoso, não é invejoso, nem arrogante, não se ensoberbece, não é ambicioso, não busca seus próprios interesses, não se irrita, não guarda ressentimentos pelo mal que sofre, não se alegra com a injustiça, mas busca sempre a verdade, desculpa a todos sempre, crê em Deus, e suportou tudo por todos, inclusive morreu por mim e por você, e morte de cruz? Eu conheço, seu nome é: JESUS, O CRISTO DE DEUS.

Essa é a maior prova de amor que alguém poderia nos dar, pois somente um Deus que ama seria capaz de sofrer e morrer por quem não merece. (Rm 5:8). Não é à toa que a Bíblia diz que o amor de Cristo nos constrange (2Co 5:14). Nos constrange porque, nossa forma de amar é seletiva e interessada. Amamos quem nos ama, amamos quem pertence ao nosso convívio social, amamos nosso pai, nossa mãe, nossos irmãos, mas quando é para amar alguém que não conhecemos ou que não gosta de nós, aí as coisas se complicam.

Quem é o nosso próximo para que eu possa amá-lo? Nosso próximo é todo aquele que está diante de nós precisando de nossa ajuda. Esse é o nosso próximo. Ah, amar é diferente de gostar. Amar é um mandamento de Deus que temos que seguir. Gostar é querer estar perto, andar junto. Não precisamos andar com aquelas pessoas que não temos nada em comum, ou que não gostam de nós, mas temos de amá-las e nos oferecer sempre que precisarem. Era isso que Jesus fazia, Ele não andava junto das pessoas que o perseguiam, mas Ele sempre estava disponível para elas.

Portanto, a forma como Deus nos ensinou a amá-lo foi amando nosso próximo, pois se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” (1Jo 4:20).

Que o amor de Deus seja derramado em nós para que transborde e nós possamos amar o outro com o mor de Cristo. Amém! Até o próximo. Um grande abraço.


“Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (Jo 8:32).