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O que você tem feito por você?

11/04/2014 20h08
11/04/2014 20h08
O que você tem feito por você?

“Eu sou rebelde por que o mundo quis assim, por que nunca me trataram com amor e as pessoas se fecharam para mim...”. Esses são alguns versos de uma canção muito tocada nos anos 70.

            Às vezes, temos a certeza que nada daquilo que fazemos ou tentamos fazer dá certo, que o mundo e as pessoas estão contra nós ou nos abandonaram, que nossos planos dão sempre errado, que nossos sonhos não se realizam e que a dor e o sofrimento nunca chegarão ao fim. Diante disso, nos sentimos oprimidos, angustiados, fracos, tristes. Ficamos com a certeza que a vida não vale a pena, desistimos dela e paralisamos.

“Oh céus, oh vida, oh azar”, sempre lamentava a hiena Hardy.

Mas o que você tem feito por você? O que você tem feito para os outros? O que você tem feito com a sua vida e, principalmente, o que você tem feito para mudar? Chorar, reclamar, lamentar, culpar o mundo, as pessoas, o chefe ou responsabilizar Deus é sempre o caminho mais fácil e cômodo do que buscar estratégias de mudanças e enfrentamento diante dos problemas e dificuldades existentes em sua vida. Afinal mudança requer esforço e esforçar-se quase sempre é desconfortável.

É muito mais cômodo se queixar da falta de emprego ou do seu baixo salário do que se debruçar sobre livros, se privar de festas e de reforçadores mais imediatos do que estudar para ser aprovado em um concurso.

É mais fácil e reforçador assumir o papel de vítima do mundo e das pessoas do que tentar identificar e mudar as situações e as consequências que estão contribuindo para a manutenção de seus comportamentos e dos seus problemas.

É mais simples chorar e, consequentemente, obter a piedade e a atenção dos outros diante de situações para as quais não temos ou apresentamos outros repertórios do que aprender a lidar de maneira diferente com elas.

É mais cômodo reclamar que não consegue emagrecer a iniciar uma reeducação alimentar e fazer atividade física.

Não estou responsabilizando unicamente os indivíduos pelas situações nas quais eles se encontram. Porém, não problematizarei aqui os fatores que levam cada sujeito a se comportar da maneira que se comporta (prometo abordar o tema em um próximo post). Contudo, preciso que você, leitor, atente para o óbvio: apenas pensar positivo, reclamar, chorar, responsabilizar as pessoas, o mundo e Deus por seus problemas, dificuldades e insucessos não os solucionarão

 “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, disse a raposa ao pequeno príncipe.

Nós somos responsáveis por aquilo que cativamos e cultivamos. Novas formas de se relacionar com o mundo e com as pessoas podem parecer mais difíceis de imediato, mas também são possíveis e trarão resultados saudáveis.

            Reflita se seus comportamentos estão contribuindo para a manutenção da situação que você se encontra. Mas do que refletir, parta para a mudança, afinal a reflexão se não for acompanhada de transformação não leva a lugar algum. Reclamar, chorar, rezar e apenas esperar que Deus ajude não irão modificar a situação na qual você se encontra nem resolver seus problemas. Quem quer colher bons frutos no pomar terá que semear, regar e cuidar para que as árvores cresçam e não sejam devoradas pelas pragas, pois não há colheita que não seja resultado de esforço, trabalho e zelo.

Assim eu aprendi, assim eu conto para vocês!



Jacinto Pereira de Araújo Neto
Psicólogo Clínico Comportamental
CRP15-3274

Além da Caixa

O Além da Caixa é um espaço para a discussão dos mais diversificados temas sob a ótica da psicologia do comportamento. De maneira direta e com uma linguagem clara falaremos ao público em geral, mas sem destoar dos princípios da Psicologia Científica.
Seus responsáveis são os psicólogos comportamentais Cinthia Ferreira CRP 15/3287, Jacinto Neto CRP 15/3274, Jackelline Lima CRP 15/3275 e Renata Lopes CRP 15/3296, graduados em Psicologia pela Universidade Federal de Alagoas e pós graduação em Análise do Comportamento.
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